Combate às alterações climáticas vai fracassar sem reforço da cooperação internacional – Vice-Presidente da República
A Vice-Presidente da República, Esperança da Costa, defende que quaisquer estratégias de combate às alterações climáticas estão voltadas ao fracasso sem o reforço da cooperação internacional, partilha de conhecimento e transferência de recursos tecnológicos e financeiros dos países industrializados para os menos avançados, com destaque para África, um dos continentes que menos polui e mais sofre com as consequências das alterações climáticas.
Ao discursar na Conferência dos Estados-Parte da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP27), em Sharm El Sheik, Egipto, Esperança da Costa recordou que em Maio último, durante a Cimeira Extraordinária Humanitária e Conferência de Doadores da União Africana, realizada em Malabo (Guiné Equatorial), que contou também com a presença de empresas do sector privado, parceiros e doadores, foram feitas promessas de financiamento orçadas em mais de 100 milhões de dólares, para combater os problemas ligados às alterações climáticas e à crise humanitária em África, verificando-se, no entanto, uma “atitude algo tímida quanto à materialização”.
“Está cada vez mais evidente o nexo entre as alterações climáticas e os desafios de paz e segurança a nível global, em especial em África. O aumento das temperaturas, o aumento dos oceanos no planeta, as secas prolongadas e outros efeitos climáticos extremos estão a afectar a vida e os meios de subsistência das comunidades no mundo, agravando as condições económicas, sociais ou políticas, deixando populações vulneráveis muito propensas a conflitos e a instabilidade”, frisou.
Como Campeão da União Africana para a Paz e Reconciliação em África, , o Presidente da República, João Lourenço, “considera que os riscos e ameaças associadas às alterações climáticas requerem uma abordagem internacional mais abrangente, que inclua também uma revisão e adaptação dos mecanismos de paz e segurança continentais e multilaterais, para que os seus instrumentos de intervenção sejam mais eficientes na resposta e consentâneos com os desafios que estão a emergir no mundo”, sublinhou Esperança da Costa.
A Vice-Presidente da República disse esperar que os Estados-membros assumam compromissos pragmáticos e coordenem acções para estancar a emissão do carbono, por via da aposta em fontes de energias alternativas que são o garante da sobrevivência do planeta.
Fonte: Jornal de Angola